Quando falamos de administração, estamos lidando com algo que faz parte do nosso cotidiano, mesmo que nem percebamos. E por trás das práticas que hoje consideramos comuns na gestão de empresas, existe uma série de teorias que moldaram o mundo organizacional.

Entre elas, a Teoria Clássica da Administração se destaca por ter sido uma das primeiras a estruturar de forma mais formal e científica a gestão de negócios, por isso, conhecer seus fundamentos é essencial para quem quer entender o que está por trás de muitos processos ainda usados atualmente. Quer saber mais sobre o assunto, seus principais autores e conceitos? Continue lendo!

O que é a Teoria Clássica da Administração?

A Teoria Clássica da Administração surgiu no final do século XIX e início do século XX, no período marcado pela Revolução Industrial, quando as empresas começaram a crescer em escala e complexidade. Com a necessidade de organizar e otimizar os processos, estudiosos como Henri Fayol, Frederick Taylor e Max Weber começaram a propor formas mais eficientes de gerenciar organizações.

A essência dessa teoria é buscar a máxima eficiência na organização, com foco na hierarquia, divisão de trabalho e uma abordagem racional para a gestão. Para esses teóricos, as empresas deveriam funcionar como uma máquina, com um sistema de produção em que cada parte é bem definida e coordenada para alcançar resultados otimizados.

O que é a Teoria Clássica da Administração?

Quais são os principais autores da Teoria Clássica da Administração?

Apesar de ter um autor principal, a Teoria Clássica da Administração está associada a três autores, que são considerados fundamentais para essa escola de pensamento: Henri Fayol, Frederick W. Taylor e Max Weber.

Henri Fayol e as funções administrativas

Henri Fayol foi um dos pioneiros da Teoria Clássica e um dos primeiros a ver a administração como uma ciência independente. Seu grande legado foi a criação dos 14 princípios da administração que influenciam a gestão até hoje. Ele acreditava que a administração era algo que podia ser ensinado e aprendido e que havia uma maneira científica de gerenciar organizações.

Entre os seus princípios, alguns se destacam, como a divisão de trabalho, a autoridade e responsabilidade e o princípio da unidade de comando — este último, por exemplo, prega que cada funcionário deve receber ordens de um único chefe, o que ajuda a evitar confusão e conflitos.

Fayol também introduziu o conceito das funções administrativas (planejamento, organização, comando, coordenação e controle), que são amplamente usadas até hoje como base para a gestão de empresas.

Frederick W. Taylor e a divisão de tarefas

Frederick W. Taylor, conhecido como o “pai da administração científica”, focou na melhoria da eficiência do trabalho. Sua abordagem, conhecida como Taylorismo, baseava-se em estudar minuciosamente cada tarefa, determinar o melhor método para executá-la e treinar os funcionários para que o realizassem de forma padronizada.

Taylor acreditava que as organizações poderiam aumentar sua produtividade ao eliminar desperdícios e ao organizar o trabalho de forma racional. Ele propôs práticas como: divisão de tarefas, cronometrar tarefas para encontrar a forma mais eficiente de realizá-las e pagamento por produção para motivar os trabalhadores a serem mais produtivos.

Max Weber e a regulamentação de processos

Max Weber trouxe uma abordagem mais focada na estrutura da organização, com ênfase na burocracia como a melhor forma de organizar grandes empresas. Ele acreditava que as organizações deveriam ser construídas com uma hierarquia clara, regras rígidas e um sistema de autoridade bem definido para que todos os processos fossem padronizados.

A proposta de Weber de uma organização burocrática incluía hierarquia de autoridade, regras e regulamentos rígidos para garantir que todos seguissem os mesmos procedimentos e as mesmas normas e imparcialidade. Embora a burocracia muitas vezes seja vista de forma negativa, Weber via nela uma maneira de evitar a desorganização e a arbitrariedade.

Principais autores da Teoria Clássica da Administração

Leia também: Melhoria contínua: como manter os processos da empresa otimizados?

Quais são os princípios da Teoria Clássica de Fayol?

Os princípios da Teoria Clássica da Administração de Henri Fayol são basicamente orientações para uma gestão que busca maximizar a eficiência organizacional e harmonizar o ambiente de trabalho. Confira cada um:

  1. Divisão do trabalho: especialização dos funcionários aumenta a eficiência, melhorando a produtividade e a qualidade;
  2. Autoridade: os gestores devem ter o direito de dar ordens, mas também devem assumir a responsabilidade pelos resultados;
  3. Disciplina: regras e acordos precisam ser seguidos para garantir o bom funcionamento da organização;
  4. Unidade de comando: cada funcionário deve receber ordens de apenas um superior, evitando confusões e conflitos;
  5. Unidade de direção: todos os esforços da organização devem estar alinhados a um único plano de ação;
  6. Subordinação dos interesses individuais ao interesse geral: os interesses da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais;
  7. Remuneração: a compensação deve ser justa e motivar os colaboradores, garantindo a satisfação e a produtividade;
  8. Centralização: a tomada de decisões deve ser centralizada ou descentralizada conforme as necessidades da empresa;
  9. Cadeia escalar: hierarquia clara com uma linha de autoridade que vai do topo até a base da organização;
  10. Ordem: deve haver um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar em seu lugar, tanto para pessoas quanto para materiais;
  11. Equidade: os gestores devem ser justos e tratar todos os funcionários com respeito e justiça;
  12. Estabilidade do pessoal: alta rotatividade de funcionários é prejudicial, então, é importante manter estabilidade e retenção;
  13. Iniciativa: os colaboradores devem ter liberdade para apresentar e executar suas ideias;
  14. Espírito de equipe: incentivar a harmonia e a união entre os colaboradores para promover a moral e o trabalho em equipe. Princípios da Teoria Clássica de Fayol

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Aplicação dos conceitos na gestão moderna

Muitas das ideias da Teoria Clássica ainda estão presentes nas organizações modernas, especialmente em estruturas mais tradicionais, como grandes corporações ou o setor público. Conceitos como a hierarquia, a divisão do trabalho e a padronização de processos são fundamentais para o funcionamento de grandes empresas.

Entretanto, com o tempo, essas ideias foram adaptadas para novos contextos, como a gestão mais flexível em startups e a ênfase no trabalho em equipe e na inovação, e a burocracia rígida deu lugar a estruturas mais horizontais e colaborativas.

Por fim, a Teoria Clássica da Administração foi um marco na gestão empresarial e continua sendo uma base importante para entender a estrutura das organizações. Seus princípios de eficiência, hierarquia e padronização são válidos até hoje, mas precisam ser equilibrados com flexibilidade e inovação no mundo atual.

Ao entender esses fundamentos, gestores podem aplicar os aprendizados do passado para enfrentar os desafios do presente e do futuro.

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Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.