O Just in Time, JIT, é um sistema utilizado para administrar produções. Nele, a matéria-prima é obtida conforme a necessidade de fabricação e materiais e produtos são desenvolvidos ou adquiridos somente a partir do que a demanda exige.
Esse é um tipo de abordagem de gerenciamento de inventário muito popular desde o início do século, por otimizar todas as etapas de desenvolvimento e entrega. E se você está curioso para entender mais a fundo essa prática, seus princípios, benefícios e implementação, continue a leitura!
Just in Time (em português, “na hora certa”) é um método de produção enxuta em que a empresa fabrica os produtos segundo a demanda exata de quantidade que recebe, sem foco em produção de estoque e priorizando a entrega rápida ao cliente. Sendo enquadrado enquanto uma ação de melhoria contínua de processos.
Esse sistema de produção surgiu no Japão, por volta da década de 1950, e os pesquisadores apontam que a Toyota foi a grande responsável pela criação do modelo. Nessa época, a empresa buscava a implementação de um sistema de gestão que pudesse coordenar a produção conforme a necessidade específica de diferentes modelos de carros, de modo que as entregas não fossem atrasadas.
A organização percebeu que a metodologia seria bem-sucedida apenas se cada indivíduo dentro da empresa estivesse completamente imerso e comprometido com essa estruturação. Além disso, as plantas e processos também deveriam ser organizados para que a empresa alcançasse o máximo de produção e de eficiência.
Leia também: Sistema Toyota de Produção: o que é e por que utilizar?
A ideia de produzir somente o que o mercado exigia no momento passou a ser aplicada por diversos fabricantes ao redor do mundo. A metodologia JIT da Toyota foi tão eficiente que, quase 20 anos depois, o Japão já produzia veículos tão competitivos quanto aqueles produzidos pelas grandes empresas automobilísticas.
Já deu para ter uma ideia de como o conceito Just in Time vai muito além do que uma simples maneira de realizar a gestão da produção, certo? Trata-se, na verdade, de uma filosofia que envolve a gestão de material, de qualidade, de organização e, claro, do trabalho.
E essa ação prática se ancora nos princípios e características que conferiremos a seguir:
Pode ser que você tenha notado alguma semelhança entre o que é Just in Time e Kanban, mas essas metodologias não são a mesma coisa! A seguir, confira a explicação:
O Kanban é uma ferramenta de trabalho aplicada para o controle da produção por meio de cartões coloridos. Já o Just in Time vai além e inclui conceitos de administração da produtividade, gestão de materiais, gestão de qualidade e recursos humanos.
Na prática, o que pode acontecer para deixar tudo mais eficiente na rotina da empresa é trabalhar com estes dois conceitos de forma complementar. E, caso queira conferir mais sobre o tema, você pode ler nosso post sobre os conceitos e diferenças do Kanban e JIT.
As vantagens para gestão de empresas que seguem o que é Just in Time podem ser vistas em aspectos variados de suas etapas de produção, conforme veremos a seguir:
Ao se considerar os custos dos equipamentos, os materiais e a mão de obra dos colaboradores, o método busca reduzi-los ao máximo, mantendo apenas o que é realmente necessário. Com isso, o planejamento e a responsabilidade daqueles encarregados da produção pela melhoria do processo produtivo contribuem para reduzir os desperdícios.
O JIT evita que as falhas se arrastem por todo o processo produtivo, uma vez que o único nível aceitável de defeitos é o zero. Isso motiva ainda que os colaboradores a procurem qual é a causa dos problemas e possíveis soluções que possam eliminá-las, aumentando o nível de qualidade da produção.
Vale destacar o aspecto flexível do sistema, pois a redução do tempo envolvido no processo e a versatilidade dos colaboradores permite que o sistema produtivo seja mais maleável em relação às variações dos produtos.
Entretanto, o método exige que a procura dos produtos seja estável a curto prazo, para ser possível equilibrar os recursos e materiais adequadamente.
Você pode se interessar pelo nosso post – Software de gestão de processos: 5 ferramentas para sua empresa.
A adoção desse sistema requer alguns alinhamentos prévios. Uma das principais ações está direcionada ao fato de que os objetivos do JIT funcionam bem nas empresas que trabalham com poucos fornecedores ou que já possuam estabilidade no fornecimento dos materiais.
Outra importante sinalização é a de que se a gestão não está pautada em um bom planejamento estratégico e na compreensão do mercado e de suas necessidades, a incorporação dessa metodologia acarretará equívocos.
Por exemplo, durante períodos sazonais ou de eventos ocasionais, as mercadorias precisam de estoques mais altos devido à demanda, logo, esse entendimento faz-se necessário e aplicável à sua produção.
Por isso, é essencial ter uma coordenação precisa do nível de estoque. Assim, é possível garantir que o fornecimento será realizado sempre conforme a realidade da empresa.
E, na prática, algumas etapas devem ser observadas e aplicadas para a garantia do sucesso de seu gerenciamento:
É necessário ser realizado um levantamento referente a todas as etapas do processo de desenvolvimento e entrega do produto, de forma a conseguir ser estabelecido um tempo médio ideal de preparo, visando o alcance da performance mais otimizada possível.
Nesse momento, tudo deve ser desenhado para a realização completa de determinada fase antes do prosseguimento da próxima, sempre com a definição da qualidade enquanto direção principal.
Um bom planejamento só funciona se as pessoas responsáveis por desempenhá-lo sabem performá-lo com assertividade e competência.
Portanto, os colaboradores responsáveis pelo fornecimento da mão de obra precisam receber um treinamento integral, em uma padronização de processos, que os prepare para a flexibilização das suas possibilidades de sua atuação, para poder ser colocada em prática em qualquer fase da produção.
Essa característica aumenta a disponibilidade de funcionários capacitados para suprir possíveis faltas, tornando ainda sua prática mais dinâmica.
Mais um fator de extrema importância está relacionado à necessidade de que esses colaboradores tenham à sua disposição um mobiliário que os permita uma jornada adaptada e preparada para a realização do seu trabalho de maneira ergonômica.
O maquinário e o espaço físico da organização precisam ser pensados e otimizados para uma melhor condução do trabalho.
Na abordagem JIT, o formato de U é o mais comumente adotado, ao possibilitar a aproximação entre colaboradores e equipamentos, reduzindo a necessidade de movimentação e tornando o layout mais fluido.
A possibilidade de uma dedicação maior e específica para uma determinada função, em um sistema que busca a eliminação de falhas e erros de produção leva, necessariamente, a uma maior possibilidade de detalhamento e especificidade na criação dos produtos.
Essa especificidade eleva a qualidade em todas as etapas, podendo ainda ser analisada a partir do estabelecimento de indicadores de condução e desempenho que estejam alinhados com o JIT.
Aqueles responsáveis por fornecer a matéria-prima a ser utilizada em todo o desenvolvimento são essenciais para que a engrenagem funcione de maneira assertiva e otimizada. Afinal, sem esse compromisso não há a possibilidade de que qualquer outra etapa de fabricação possa, de fato, ocorrer.
Dessa forma, a construção de parcerias e vínculos sólidos e confiáveis com seus fornecedores é fundamental também para que eles consigam perceber o seu impacto para o bom andamento e performance do seu negócio, estando ainda cientes da metodologia adotada.
Esperamos que tenha considerado este conteúdo útil e compreendido o sistema Just in Time e os impactos de sua adoção para uma produção assertiva, otimizada e enxuta.
Aproveite sua leitura para conferir também nosso post sobre Fordismo e Toyotismo e entender o que são, quais as diferenças e mais com a gente!
Continue acompanhando o nosso blog para ter acesso a mais discussões e informações relacionadas à gestão e melhoria contínua de projetos.
Até o próximo post!
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