O kanban é um método muito conhecido dentro das organizações, que tem como objetivo o aumento a produtividade por meio da otimização e realização de tarefas e entregas com agilidade e praticidade. Criado na década de 60 pela montadora Toyota, o método foi inspirado no sistema de organização dos supermercados dos Estados Unidos, que colocavam mais mercadorias nas prateleiras assim que elas eram comercializadas. Neste artigo, vamos explorar o surgimento do kanban, como o método pode ser aplicado nas empresas junto do conceito lean manufacturing e alguns erros comuns que acontecem durante o processo.

Confira: 

O que é o método Kanban?

Originado do japonês, o termo Kanban significa “sinais” ou “quadro de sinais”, e é um método de programação da produção com base em um quadro de sinalização, que vai autorizar e instruir a produção ou retirada de itens em um determinado sistema. Para isso, o método trabalha com o conceito Just in Time, que se refere à eliminação de estoques por meio de quantidades exatas de materiais no momento em que foram produzidos.

Na prática, isso significa que, se um quadro de kanban for instalado na empresa, a composição deverá indicar as tarefas que já foram realizadas, as etapas de execução e a sinalização do que já foi entregue. Desta forma, assegura-se o controle e o detalhamento da produção.

O kanban tem algumas funções principais dentro dos processos, como a manutenção do estoque e a criação de um controle visual para as atividades. Assim, o método é muito utilizado em setores variados, como as áreas de serviços, administrativas e até mesmo produção.

Aplicando na Empresa

Antes de qualquer outra ação, é essencial que a equipe esteja preparada para assimilar os conceitos e princípios do kanban junto do lean manufacturing. Neste primeiro momento, é comum que haja certa resistência por parte dos colaboradores. Deste modo, apresente conceitos, princípios e um exemplo prático do uso da ferramenta.

Depois de ter verificado se todos entenderam plenamente o que precisa ser feito, identifique as fases do projeto ou processo em questão para começar a divisão do quadro kanban. Geralmente, essa divisão é feita em “a fazer”, “fazendo” e “feito”, mas o método permite alterações para o que irá se adaptar melhor ao contexto. Caso surja necessidade, crie Classes de Trabalho, como “bug”, “melhoria”, “teste” e etc.

Para manter a organização, uma boa dica é definir limites de tempo para que os cartões das tarefas fiquem prontos. Por exemplo, um cartão do tipo “a fazer” não pode ficar parado nesta coluna por mais que 2 horas se for do tipo “defeito”.

Na hora de colocar as tarefas em prática, é extremamente importante que a visualização seja eficiente. Por isso, privilegie a posição dos cartões das tarefas mais importantes. Neste momento, o quadro pode ser dividido em outras categorias ou da forma que for mais eficiente, mas é preciso manter sempre a organização e a priorização do que é mais importante.

Vale lembrar que o kanban é um processo contínuo. Para atingir a melhoria contínua é essencial ter flexibilidade e ser adaptável, já que o quadro kanban não é estático, mas sim dinâmico e mutável conforme as necessidades dos projetos.

Os Benefícios do Kanban

Seja físico ou digital, uma das grandes vantagens do kanban é seu aspecto visual. Isso é bastante útil em situações que envolvem várias pessoas, como projetos que contam com membros de equipes inteiras. Como o método oferece a visão completa da situação, o sistema permite que todos compreendam melhor as tarefas e visualizem também o que os outros estão fazendo.

O mais interessante é que, para isso, não há grandes complicações, já que o kanban é simples e intuitivo. Isso o torna atraente para áreas variadas da empresa, pois todos os colaboradores podem trabalhar com o método de forma fácil e descomplicada.

Isso traz outro benefício, a otimização do fluxo de trabalho. Com menos desperdício nas operações, todo o processo torna-se mais prático e conciso, em que partes desnecessárias de um processo ou projeto são removidas enquanto outras são simplificadas. Isso torna o fluxo de trabalho mais simples, sem abrir mão da qualidade.

Erros Comuns com o Kanban

Já explicamos como o Kanban é um método eficiente, mas isso não significa que colocar todo o processo no quadro seja uma boa ideia. Ao fazer isso, o modelo fica com excesso de informações e perde toda a clareza, e os colaboradores podem acabar não entendendo de forma satisfatória o que precisa ser feito. Com isso, é bem provável que a equipe deixe de alterar o quadro, já que fica cansativo parar a cada instante para atualizá-lo.

Outro ponto que deve ser evitado é começar os projetos utilizando a metodologia Scrum para somente depois passar a utilizar o Kanban. Na verdade, isso até pode ser feito, mas não é recomendado pelos especialistas. Essa escolha depende da situação: por exemplo, o Scrum funciona melhor quando a equipe já está bem delineada. Já o Kanban, além de mais simples, pode ser utilizado em qualquer cenário.

 Entretanto, isso não significa que o quadro Kanban possa ser utilizado livremente. Há equipes que optam por dividi-lo em partes, priorizando as ações mais importantes na parte superior e as que estão em desenvolvimento na parte inferior, trabalhando com a segmentação no sentido horizontal.

O problema deste tipo de quadro é que o cliente não recebe o valor completo e a equipe não vai, necessariamente, focar na finalização de alguma atividade específica, uma vez que uma nova ação pode ser colocada em andamento antes da finalização de outra, o que causa confusão nas tarefas diárias.

Assim, é essencial ter grande atenção ao adotar o Kanban aliado ao lean manufacturing na empresa para evitar alguns aspectos que citamos aqui. Desta forma, as chances de sucesso serão maiores e as demandas do cliente serão atendidas de forma satisfatória.

Para seguir com seus estudos sobre o kanban e lean manufacturing, sugerimos as leituras abaixo:

Como implantar o lean manufacturing: 5 princípios fundamentais

9 livros sobre lean manufacturing para sua lista de leitura

O que é Just in Time e Kanban: entenda os conceitos e as diferenças

Curta nossa página do Facebook, inscreva-se em nosso canal do YouTube e, claro, não se esqueça de acompanhar as postagens do nosso blog para ficar por dentro de todas as novidades!

Autor

Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP - com as certificações Green Belt - 6 Sigma, Aerodinâmica aplicada e Python no currículo, hoje faz parte do time da Fros, ministrando cursos e realizando consultorias na área.