Qualidade

Diagrama de Ishikawa: veja o que é e como fazer um

O diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas de melhoria de processos mais utilizadas no mundo, afinal, ajuda a entender o que está sendo feito e como solucionar problemas atuais presentes no fluxo de trabalho. Por isso, ele é muito recomendado para a melhora de processos internos, assim como para o aumento da qualidade nas organizações.

Hoje, iremos aprender a fazer um e como aplicá-lo corretamente na rotina da sua equipe. Entenda o que é o diagrama, como deve ser montado e exemplos da aplicação na prática!

O que é o diagrama de Ishikawa?

Ele é uma ferramenta de análise de processos que pode ser usada para a identificação de problemas no fluxo de trabalho das empresas. Ele foi criado na década de 40 por Kaoru Ishikawa, um engenheiro do Japão.

Sua formação é semelhante a de uma espinha de peixe, onde as ramificações são as categorias de problemas ou efeitos de um processo com possíveis subcategorias para detalhar as causas.

Outros nomes do diagrama

Além do seu nome tradicional, o diagrama de Ishikawa também pode ser conhecido como:

  • Diagrama de Causa e Efeito;
  • Árvore de Causas;
  • Diagrama dos 6Ms;
  • Diagrama Espinha de Peixe.

Como posso fazer um diagrama de Ishikawa?

Você pode fazer um diagrama como esse classificando os problemas da sua empresa em 6 causas comuns. Cada uma delas inicia pela letra M, por isso, o nome diagrama dos 6Ms. São eles:

  • Método: como o método utilizado no trabalho influencia o problema?
  • Máquina: os equipamentos utilizados influenciam nele?
  • Medida: as métricas utilizadas nas medições têm influência sobre a causa?
  • Material: as matérias-primas influenciam no problema?
  • Meio ambiente: o meio onde a atividade é desenvolvida tem influência?
  • Mão de obra: as pessoas envolvidas no trabalho influenciam nessa causa?

Agora que você conhece os 6Ms, podemos seguir para um passo a passo de como montar o seu próprio diagrama de Causa e Efeito para melhorar os processos internos.

1. Defina de forma clara o problema analisado

O primeiro passo é discutir com a sua equipe qual será o problema analisado por vocês com essa ferramenta. Selecione algo que deva ser resolvido ou algum risco a ser evitado.

É importante que a escolha feita seja bem específica e não muito genérica, pois isso poderia dificultar a resolução do problema. Afinal, é muito mais simples encontrar a solução para problemas únicos do que coisas muito abrangentes e gerais.

2. Trace a espinha de peixe e deixe espaço para as causas

Você pode usar um modelo pronto ou desenhar a sua própria espinha de peixe, o importante é que ela tenha um espaço para você e sua equipe colocar as possíveis causas do problema.

Comece sempre pela cabeça, onde deve ficar o problema ou a situação a ser resolvida. Após desenhar essa parte, faça uma seta horizontal no centro dela, formando o corpo.

Depois, desenhe pequenas linhas nas partes de cima e de baixo. Nelas, ficarão as causas para aquele determinado problema. A recomendação é fazer essas linhas após o 3º passo, já que você terá discutido com a equipe quais podem ser as causas daquela situação.

3. Discuta com a sua equipe as causas do problema

Faça um brainstorming com a sua equipe para tentar encontrar as causas dos problemas. Vocês podem utilizar as perguntas dos 6Ms para essa discussão, elas servem como guia para a montagem do diagrama de Ishikawa.

4. Distribua as causas em categorias

Depois de levantar as possíveis causas, divida-as em categorias usando as linhas menores que mencionamos no 2º passo. Dessa forma, a espinha do peixe estará sendo formada.

As categorias mais comuns de serem utilizadas são:

  • Mão de obra;
  • Máquina;
  • Método;
  • Matéria-prima.

No entanto você e sua equipe podem utilizar outras categorias que façam mais sentido para a sua organização. O importante é que elas realmente se encaixem com as causas levantadas.

5. Determine subcausas para o problema

Após colocar as causas em suas respectivas categorias, você pode começar a definir as subcausas que geraram aquela causa principal. Elas devem ficar em linhas horizontais ligadas às linhas verticais onde estão as categorias, sendo essas as subcategorias.

6. Analise o diagrama completo e defina as ações

Depois de montá-lo, é preciso fazer uma análise profunda dos problemas e suas causas para entender o que pode ser feito com a sua equipe. É fundamental determinar quais são as causas mais impactantes para poder focar nelas durante a resolução de todo o quadro problemático. Sabendo o que deve ser resolvido, fica mais fácil montar um plano de ação eficiente.

Confira também: Ferramentas da qualidade para usar na sua empresa!

Diagrama de Ishikawa: exemplos práticos

Agora que você sabe como montar um diagrama de Ishikawa, que tal conferir alguns exemplos práticos dessa ferramenta? Isso vai ajudar a entender como ele pode ajudar a sua empresa a resolver determinados problemas. Confira a seguir:

1º exemplo

Imagine que o problema a ser resolvido em sua empresa seja o atraso na entrega de um determinado produto. Você e sua equipe se reuniram e encontraram três causas para esse atraso: maquinário em constante manutenção, colaboradores improdutivos e mudanças no processo de produção.

Nesse caso, teríamos como categorias principais: mão de obra, método e máquina. As subcausas seriam os fatores que descrevemos acima.

2º exemplo

Em nosso segundo exemplo, o problema a ser resolvido é uma demora no atendimento ao cliente. As causas principais e os seus fatores seriam:

  • Máquina: computadores lentos e com travamentos;
  • Mão de obra: falta de preparo da equipe de vendas ou de atendimento.

Analisando o diagrama com essas causas, algumas das soluções que poderiam ser encontradas são um treinamento para a equipe de atendimento e a aquisição de computadores melhores.

Entendendo os exemplos e como funciona o diagrama de Ishikawa, fica muito mais fácil montar o seu e aplicá-lo na sua empresa. Ele é ótimo para a análise e melhoria de processos internos, sendo um dos métodos mais utilizados para isso. Aproveite e confira em nosso blog outros conteúdos sobre gestão e melhoria contínua como esse!

Carlos Sander

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.

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