Dentre as possibilidades de manutenção de uma gestão de projetos e processos assertivos, existem ferramentas e metodologias que buscam qualificar e instrumentalizar a detecção de lacunas, erros e suas raízes. A árvore de falhas é uma dessas opções, despontando como um dos procedimentos mais utilizados em linhas de produção, principalmente no setor industrial.

Assim, quem está à frente de um gerenciamento precisa conhecê-la para melhorar sua percepção e clareza frente aos problemas, oportunizando o aprimoramento da confiabilidade e objetividade das ações.

Então, se deseja entender mais a fundo o que é uma árvore de falhas, quais seus principais objetivos, importância, como estruturá-la e de que forma integrá-la a outros métodos de gestão, continue a leitura e acompanhe!

citação sobre árvore de falhas

O que é uma árvore de falhas?

A árvore de falhas é uma perspectiva sistemática utilizada para reconhecer e detectar, por meio de uma esquematização, qual o fator originador de uma falha.

Para além dessa identificação, ela auxilia na administração de possíveis etapas e processos que podem ocasioná-la e identifica quais ameaças podem estar atreladas a essa limitação ou irregularidade.

Sua multifuncionalidade é o que permite que também possa ser aplicada enquanto instrumento de análise do funcionamento integral de processos, aprimorando a confiabilidade das etapas e estruturando todas essas relações e seus subsistemas.

Desenvolvida na década de 1960, sua análise, também conhecida como FTA, ou Fault Tree Analysis, é largamente aplicada no setor industrial, ampliando os níveis de segurança e fiabilidade de produções.

Para ler mais: Gerenciamento de riscos: o que é e qual sua importância?

Quais os objetivos de uma análise de árvore de falhas?

imagem com texto de bullet points de objetivos de uma árvore de falhas

Um dos principais focos e objetivos de uma análise de falhas é sinalizar e apresentar todas as dinâmicas responsáveis por ocasionar uma etapa final. Isso porque, ao desenvolvê-la, é possível assimilar as relações de causa e efeito que permitem que determinado resultado ou falha seja alcançado.

Sendo, portanto, uma mensuração visual e lógica das avaliações que a estruturam, viabilizando um diagnóstico completo.

Tem ainda enquanto propósitos:

  • Constatação de raízes de limitações ou erros processuais;
  • Apontamento de déficits de planejamento;
  • Sinalização de possíveis interferências e falhas humanas;
  • Cálculos de hipóteses de erros e suas fontes causadoras;
  • Fortalecimento e melhoria de ensaios e monitoramento.

Qual a importância da FTA?

A FTA desempenha função vital para o alcance de manutenção assertiva e otimizada de processos de produção e serviços.

Afinal, ao incorporá-la, uma gestão e seus colaboradores passam a conseguir mapear com clareza e objetividade as raízes de falhas, desenvolvendo novos parâmetros e procedimentos que podem ser implementados com antecedência, permitindo uma significativa atenuação de riscos.

Isso garante o prosseguimento e continuação de boas performances, uma expressiva diminuição de bloqueios de produção ou paradas não intencionais, a priorização de etapas e uma redução da aplicação de custos de reparos e contenção de danos.

Não deixe de conferir: Indicadores gestão de riscos: o que são e qual a importância estratégica na empresa.

Como criar uma árvore de falhas?

Existem algumas variações para as possibilidades de criação de uma árvore de falhas, mas, uma das mais assertivas e objetivas é por meio do delineamento de etapas essenciais. Na prática, consiste em uma ponderação que percorre por deduções e exames mais detalhados dos processos e projetos.

É preciso sinalizar que a árvore de falhas deve ser utilizada para a avaliação de apenas uma limitação ou evento, sendo futuramente incorporada a outras árvores e análises para a estruturação de um diagrama mais geral e completo.

Confira a seguir suas principais premissas:

  1. Compreenda de forma aprofundada qual o funcionamento básico de um processo ou sistema que os levem a um resultado positivo e esperado;
  1. Defina qual ocorrência indesejada será o objetivo da análise, também conhecido como evento topo;
  2. As hipóteses de causas são colocadas de forma sequencial, de cima para baixo;
  3. Essa esquematização conta com símbolos ou formas geométricas, que apontam para a relação entre cada uma das pontuações;
  4. Os eventos são apontados como externos, internos, básicos, condicionais, intermediários ou subdesenvolvidos;
  5. Se preferir, incorpore avaliações estatísticas e de probabilidade, fortalecendo o olhar quantitativo do método;
  6. Delimite o ponto inicial básico do sistema;
  7. Estabeleça medidas de prevenção futuras;
  8. Acompanhe os resultados e aplique indicadores.

Vamos imaginá-la frente a um exemplo prático.

Cenário: uma indústria de produção de azeite de oliva, que conta com etapas de bombeamentos entre 2 reservatórios, experiencia uma falha.

Teremos a compreensão de como ocorre o processamento básico desse circuito, nomeando o problema e buscando traçar quais etapas e eventos anteriores possam ter causado essa interrupção. Assim, iremos averiguar duas hipóteses:

A – O reservatório 1 não consegue direcionar qualquer quantidade de azeite para o reservatório 2;

B – O sistema do reservatório 1 consegue transportar para o reservatório 2, mas em uma quantidade significativamente menor que a sua capacidade total.

Serão apontadas as etapas e camadas que podem levar à estruturação desse cenário, ao qual atrás de cada uma das possibilidades são detalhadas as sub tarefas e níveis que possam ocasioná-lo, até que seja detectado o motivo que levou ao evento topo.

Como integrar a Fault Tree Anaylisis aos processos?

Sua aplicação ocorre de forma frequente e expressiva em indústrias que necessitam de um olhar constante para considerações e cálculos de riscos, empregada como metodologia que demarca causa/ efeito para correção de entraves e falhas.

Quando ocorre algum evento não planejado, que provoca algum tipo de erro, entrave ou interrupção, a árvore de falhas pode ser aplicada para a busca de uma correção em sua origem. Está catalogada enquanto uma das possibilidades de análise de risco, ao lado de alternativas como a matriz de risco, ou até mesmo de avaliações como o SWOT.

Outra metodologia de gestão que também pode ser incorporada para a construção de um olhar ainda mais qualificado, junto à FTA, é a FMEA, que busca a realização do reconhecimento de falhas.

Mas, para além da seleção das ferramentas e metodologias adequadas, como a árvore de falhas, é preciso contar com gestores e profissionais devidamente capacitados e qualificados para realizar a organização, planejamento e desenvolvimento de metodologias que busquem uma melhoria contínua de projetos.

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Nos vemos no próximo post!

Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.