Benchmarking: o que é e como implementar essa estratégia

Para uma empresa conseguir manter seu lugar de destaque e relevância no mercado, é necessário que busque realizar a adoção de estratégias de desenvolvimento e aprimoramento. Nesse sentido, o benchmarking se apresenta enquanto uma ferramenta agregadora, que se fundamenta na análise da performance da concorrência e de pontos que podem ser incorporados ao seu negócio.

Então, se deseja conhecer mais a fundo essa técnica, seus benefícios, fases de implantação e como realizá-la de maneira prática e assertiva, continue a leitura desse post!

O que é benchmarking?

O benchmarking é uma ferramenta de gestão de qualidade de negócios que se utiliza de uma análise dos principais concorrentes de seu empreendimento. Esse conceito tem como objetivo a identificação de metodologias e aprimoramentos que possam ser incorporados ao seu negócio, para torná-lo mais competitivo e relevante perante o mercado e seus consumidores.

ilustração de dois homens brancos interagindo com algumas telas de computador

Busque visualizar o seguinte cenário: você está à frente de uma loja de roupas e vem coletando um baixo desempenho há alguns meses, quando descobre que um concorrente, em uma localização próxima à sua, vem apresentando excelentes números e desempenho.

O comportamento natural é o de buscar entender quais ofertas estão sendo realizadas e de que forma esse público está sendo atingido de maneira tão assertiva.

Com isso, o benchmarking surge enquanto uma qualificação e especialização desse padrão, possibilitando que você compreenda e aperfeiçoe, de forma contínua e por meio de comparações, as práticas e produções de empreendimentos tidos como referência.

É importante sinalizar que essa ferramenta não significa a perda da singularidade e diferencial do seu negócio. Na verdade, ela possibilita o encorajamento e estabelecimento de constantes possibilidades de aprimoramento, permitindo que se visualize o potencial de competitividade!

Quais os benefícios?

Com um mercado cada vez mais inovador, a adoção de técnicas como o benchmarking possibilita o acolhimento de práticas que resultem em diversos benefícios. Veja a seguir:

  • Melhor entendimento a respeito do setor de atuação: a compreensão de como o seu setor está performando e quais possibilidades e limitações enfrentadas é uma ferramenta que constrói uma análise mais completa do seu nicho de mercado;
  • Identificação de metodologias e processos internos que podem ser melhorados: ao entender quais técnicas e processos estão levando os concorrentes a obter melhores resultados, você consegue entender quais as possibilidades de aprimoramento do que está sendo praticado em seu negócio;
  • Percepção de tendências: os negócios concorrentes lhe ajudam a identificar possíveis inclinações de consumo, permitindo que você consiga adaptá-los à sua prática e sair também enquanto referência;
  • Menores possibilidades da ocorrência de erros: a coleta das informações de mercado possibilitam que a sua gestão também aprenda com possíveis erros cometidos pelos competidores, diminuindo as chances de que esses desencontros ocorram em sua atuação;
  • Descoberta de tecnologias e inovações de outras áreas: ainda que praticado majoritariamente em setores do mesmo nicho de concorrência, existe a possibilidade de estudar o comportamento de outros ramos e avanços que de alguma maneira conseguem ser ajustados ao seu empreendimento;
  • Motivação constante de seus colaboradores: afinal, o aprimoramento contínuo é um princípio a ser aplicado não somente na produção de produtos e serviços, mas também na postura dos profissionais envolvidos.

Confira ainda: Ferramentas de gestão mais utilizadas para otimizar a rotina e os processos da empresa.

Quais as fases do processo de benchmarking?

O benchmarking envolve a construção e aplicação de 5 etapas determinantes e fundamentais para seu sucesso. Conheça:

1. Planejamento

Nessa fase, a sua organização precisa determinar quais práticas e empresas serão utilizadas enquanto referência, bem como de que forma ocorrerá o recolhimento desses dados. É essencial que esses objetivos sejam bem estruturados, pois serão norteadores de todo o seu desempenho.

2. Análise

As informações coletadas precisam ser compreendidas de maneira assertiva e orientada. Elas irão compor o parâmetro geral que o levará a compreender se de fato existe uma diferença entre as práticas, o que está levando seus concorrentes ao destaque e de que forma esse conhecimento poderá ser implementado ao seu negócio.

3. Incorporação

Momento de compartilhar entre seus gestores e demais colaboradores quais são as estratégias adotadas e de que forma ocorrerá a integração dos aspectos observados. É uma excelente oportunidade de contar com o apoio e engajamento desses profissionais, para que compreendam o porquê e possíveis benefícios dessa adesão.

4. Ação

Hora de transformar na prática as possibilidades apreendidas e de tirar do papel todo o aspecto teórico desta análise e planejamento. É importante também que sejam construídos mecanismos de monitoramento e avaliação constante desse desempenho, para conseguir entender se de fato atingiram o seu objetivo.

5. Maturidade

Essa etapa será experienciada após o pleno desenvolvimento das práticas estabelecidas, fortalecendo o benchmarking enquanto uma técnica definitiva e indispensável para a condução da sua organização.

Leia também: Indicadores de qualidade – 7 principais para ter em sua empresa.

Quais os tipos de benchmarking?

Você pode estar se perguntando se este é um modelo único e se há variações nas possibilidades dessa estratégia de análise da concorrência. Existem 4 tipos principais dessa ferramenta, que podem ser utilizadas conforme a sua necessidade e estruturação. Veja:

  1. Benchmarking interno: passa a ter enquanto referência de análise as práticas internas que possam ser replicadas em diferentes áreas da empresa;
  2. Benchmarking genérico: você busca realizar uma investigação mais ampla de empresas que apresentem alguma semelhança com suas execuções, mesmo que não atuem no mesmo nicho;
  3. Benchmarking competitivo: conceituação mais complexa de ser colocada em prática, já que o exame será a respeito do posicionamento e práticas de negócios que concorrem diretamente em seu mercado;
  4. Benchmarking funcional: nele, o foco é uma função em específico, ainda que a organização esteja posicionada em outro ramo;
  5. Benchmarking colaborativo: é estabelecido em uma parceria com outro empreendimento, intitulado enquanto benchmark partner, onde o compartilhamento ocorre de forma colaborativa entre eles.

    ilustração com o 5 tipos de benchmarking

Como fazer benchmarking?

Na prática, a possibilidade de execução dessa estratégia pode ser mais simples do que se imagina, desde que ocorra uma compreensão qualificada de suas necessidades e das técnicas a serem adotadas.

Inicialmente, deve haver a identificação de qual demanda ou prática pode ser melhor elaborada. A partir disso, uma minuciosa seleção de dados a serem utilizados para a comparação. O próximo passo é encontrar as oportunidades e técnicas que irão de fato amparar o reconhecimento das práticas adotadas por outros serviços.

Um exemplo prático pode ser a participação em congressos, comunidades, encontros e fóruns da área, onde você conseguirá estabelecer uma rede de contato direto com os principais profissionais, bem como das soluções e tendências adotadas pelo mercado.

A adoção de mentorias é também uma das possibilidades de estabelecer uma relação com pessoas de destaque, dispostas a compartilhar cases de sucesso e perspectivas de atuação.

Mas um dos pontos mais importantes para se atentar ao longo dessa vivência é a compreensão de que nem todas as ideias e oportunidades poderão ser ajustadas ao seu negócio. Não descaracterize seu empreendimento ao implementar recursos que não agregam valor ao seu propósito de negócio. Portanto, saiba selecionar de forma otimizada o que deve ou não ser adaptado e implementado.

Esperamos que você tenha conseguido compreender a relevância e impacto da adoção da prática do benchmarking para o fortalecimento e manutenção do crescimento da sua empresa. Aproveite para conferir nosso post sobre análise de resultados e exemplos práticos de como fazer.

Continue acompanhando o nosso blog para estar por dentro das principais informações da área e mantenha-se sempre a um passo à frente. Até o próximo post!

Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.